segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A CRIAÇÃO

Você já parou para pensar em uma forma de descrever o princípio dos tempos?

Nós, bruxos e bruxas temos uma versão diferente das religiões judaico-cristãs para Gênese (esta palavra significa “Início”).

Acompanhe abaixo a Cosmogonia (1) que o Coven Tuatha de Danan crê:

(1) descrição que relata a criação do Universo

A Criação

No princípio, o tudo era nada.
A única energia existente era nossa Deusa, que vagava solitária e adormecida, em Sua sabedoria infinita.
Sentindo uma calorosa luz em Sua face, Ela despertou, e ao abrir os olhos, encarou-se no espelho formado por Sua vontade única de auto-conhecimento. E Ela apaixonou-se pelo que descobriu.
No espelho, Nossa Senhora viu sua parcela masculina, existente mesmo antes do tempo ser tempo, a parcela que já existia dentro de si mesma. E Ela o amou!
O verdadeiro amor nasceu entre ambos e desse amor tudo foi criado.
Da junção de Seus corpos frenéticos explodiu o fogo, primeiro dos elementos formadores da existência, o fogo da paixão, que excita a força criadora adormecida na Deusa. E com o fogo, surgem a luz e o calor, atributos do Deus.
Assim como a Deusa e o Deus, feminino e masculino, a escuridão inicial e a luz explosiva, de Seus corpos excitados pelo fogo emanaram fluidos do quais nasceu seu contraponto – a água, pois na criação, tudo há de ter sua parcela contrária. E a água era o contrário do fogo: doadora de vida, fluida e fresca, atributos da Deusa. E por isso, a água da criação foi contida em Seu útero.
Como o fogo e a água eram incompatíveis, mesmo em sua forma mais etérea, do suspiro dos amantes, exalado no êxtase do descobrimento, nasceu o ar, elemento mediador entre os dois, ganhando do primeiro o calor e do segundo, a umidade.
Os corpos de nossos Criadores se estremeceram no ápice do amor e liberaram a energia material que, misturando-se aos três elementos iniciais, formou o elemento terra. Com a Terra, tudo o que era antes etéreo, impalpável, inodoro, incolor, tornou-se sólido, dotando tudo de peso e matéria.
Nosso Senhor e Nossa Senhora, assim unidos, tornaram-se o quinto elemento, o verdadeiro espírito.
Em meio ao êxtase universal, a Deusa descobriu uma parte de Seu corpo, ainda adormecida - Seu útero, que ao ser fertilizado pela energia criativa do Deus, gerou o Universo e a vida contida nele.
E no vasto Universo, nossos Senhores encontraram a Terra e nela depositaram uma fagulha de Sua divina inteligência, refletindo o eterno amor Deles. Desse amor surgiu a vida, presente nas pedras, nas plantas, animais e no ser humano.
A criação olhou para si mesma e notou a presença Deles em tudo, e os reverenciou, pois a beleza que está em tudo é o reflexo do amor entre nossos Criadores.
O Deus, ao notar cumprida Sua função fertilizadora, despediu-se da Deusa, e começou a caminhar para o submundo, a escuridão inicial, pois da mesma forma que para haver luz, deve haver escuridão, para ter vida, tem que existir a morte.
A criação começou a fenecer com Sua ausência e, sentindo o frio se aproximar, chorou e suplicou pelo Seu retorno.
A Deusa, sentindo a ausência de Sua luz, entristeceu-se, e desceu ao submundo, em busca de Seu amado.
Ao encontrá-lo, procurou compreender porque tudo o que Ela criou estava morrendo, e Ele ensinou-lhe o segredo da morte, que era o destino de tudo o que é vivo, e que somente Ele conhecia, e pediu para que Ela ficasse com Ele.
Mas Ela precisava voltar, para gerar a vida, e não podia ir sozinha, pois sem Ele era infértil. Mas Ele não conhecia o caminho de volta, pois somente a Deusa conhece os segredos da vida.
Então, Ela, que é o Cálice do Renascimento, O colocou em Seu útero e retornou.
Assim, o Deus se tornou a Criança da Promessa, que cresce no útero da Deusa, para renascer e reinar ao Seu lado, trazendo a luz para fertilizar a Deusa e gerar a vida novamente.
E assim foi, é e sempre será, no eterno retorno da vida.

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